Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas em um ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na noite de sexta-feira (10), em Tremembé, no Vale do Paraíba, São Paulo.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os disparos foram realizados por suspeitos que chegaram ao local em carros e motos. Um homem foi detido em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. O ataque ocorreu na Estrada Canegal e foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma no plantão da Delegacia Seccional de Taubaté.
As vítimas fatais, conforme a SSP-SP, são dois homens de 28 e 52 anos. Os feridos, com idades entre 18 e 49 anos, foram socorridos e encaminhados ao Hospital Regional de Taubaté e ao pronto-socorro de Tremembé.
O MST, em nota, apontou que três pessoas morreram, incluindo Denis Carvalho, de 29 anos, que foi atingido na cabeça, entrou em coma induzido e faleceu neste sábado (11).
O movimento denunciou que o ataque reflete a escalada dos conflitos fundiários na região, agravada pela ausência de políticas públicas que garantam a segurança das famílias assentadas. O MST também destacou que o assentamento Olga Benário enfrenta pressões da especulação imobiliária devido à sua localização estratégica no Vale do Paraíba, com foco no turismo de lazer.
Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, por meio do ministro Paulo Teixeira, repudiou o crime e afirmou ter acionado autoridades estaduais e federais para exigir uma investigação rigorosa e a punição dos responsáveis. "Esse ataque bárbaro é inaceitável e exige respostas firmes do poder público", declarou o ministro.
A presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, assinou uma nota emitida pelo Partido do Trabalhadores (PT), condenando os ataques, que teriam indícios de ser obra de uma fação criminosa a serviços de especuladores imobiliários locais, segundo o texto emitido pelo partido.
O Assentamento Olga Benário do MST em Tremembé, interior de São Paulo, foi alvo de uma chacina na noite de sexta-feira, 10 de janeiro. Um bando fortemente armado atirou contra famílias que estavam em reunião, deixando pelo menos três pessoas mortas e 10 feridas.
O ataque covarde e brutal deixou fortes indícios de ter sido planejado e executado por bandidos de uma facção criminosa, a serviço de especuladores do ramo imobiliário local, que tem interesse em se apropriar das terras do assentamento, legalizadas pela reforma agrária.
Ameaças e ataques semelhantes têm ocorrido em outros assentamentos localizados nas proximidades de áreas urbanas ao redor do país. A brutalidade da Chacina de Tremembé exige reação forte e imediata das autoridades de segurança do estado de São Paulo e também da Polícia Federal.
Trata-se de um crime contra o país, contra a paz, a segurança e os direitos da população. Esta violência não pode ficar impune, sob pena de que ataques dessa espécie se alastrem pelo país.
Toda solidariedade às vítimas da Chacina de Tremembé, suas famílias e companheiros do MST.
Basta de violência!
Brasília, 11 de janeiro de 2024