O recente resultado das eleições municipais em Nova Santa Rosa delineou um cenário político complexo e instigante para o mandato de 2025, com a maioria dos eleitos para a Câmara de Vereadores ligados ao grupo de oposição ao novo prefeito, Lari Hitz. Porém, nada está mais longe de ser algo definitivo. Nos bastidores, as conversas devem avançar até o final do ano com intensas articulações que podem alterar o equilíbrio de forças na Câmara ainda antes do início da próxima legislatura, mas esse cenário é sem considerar as regras de fidelidade partidária e apostando na possibilidade de um apoio “permitido” mesmo que não oficial.
Em Nova Santa Rosa, onde a relação entre o Executivo e o Legislativo nem sempre reflete as dinâmicas políticas e interesses da comunidade, uma base governista majoritária na Câmara seria fundamental para Lari Hitz.
E para a alegria ou agonia do novo prefeito, nos bastidores se comenta a real possibilidade de conseguir o apoio de, pelo menos, um dos vereadores eleitos pelo grupo oposto ao de Lari, podendo ser mais. Segundo fontes que acompanham de perto as movimentações políticas locais esse apoio é importante, mas dependendo de quem seja, já estaria tirando o sono do novo prefeito, que pesa os prós e contras de aceita-lo, avaliando se a aparente solução, não poderá se tornar um problema no futuro. Isso porque, como no dito popular “o caldo poderia ficar mais caro que o peixe” ao longo desses quatro anos de mandato. O apoio é a solução para o governo, mas nasce como um problema em evolução em Nova Santa Rosa.
Os rumores indicam que um vereador oposicionista poderia unir-se ao grupo de situação, com autorização velada do partido, viabilizando a eleição de um presidente da Câmara alinhado ao prefeito, ou mesmo solicitando o apoio dos quatro vereadores da base para elege-lo presidente em troca desse suposto apoio.
Há também quem defenda que a negociação política poderia envolver a concessão de cargos comissionados, uma prática recorrente em administrações que buscam construir um ambiente favorável ao Executivo no Legislativo. Essa possibilidade abre portas para que o prefeito Lari Hitz construa, a partir de 2025, um mandato com menor resistência na Câmara e maior capacidade de implementar sua agenda de políticas públicas.
Contudo, o preço desse apoio pode ser alto, com a nova gestão refém de apenas um vereador, que a qualquer brisa de descontentamento pode mudar de postura novamente. O problema da gestão pode estar justamente na solução encontrada para ter a maioria no Legislativo.
Para os eleitores, que confiaram em uma configuração mais equilibrada de poderes, a mudança pode despertar questionamentos sobre a fidelidade dos eleitos aos seus compromissos de campanha.
No entanto, é legítimo que o novo prefeito busque meios de formar uma base sólida para garantir governabilidade. Este cenário em evolução marca o início de uma nova fase para o município e coloca à prova o compromisso dos eleitos com a democracia e a transparência.
A coluna Em Pauta oferece uma visão, com análises e opinião, dos fatos relevantes do nosso cotidiano, visando colaborar para que você forme seus próprios conceitos sobre os assuntos tratados neste espaço.
Marcos Elieser é Jornalista Profissional Diplomado, formado em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade de Caxias do Sul-RS; Pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial; foi Professor de Jornalismo vários anos em diversas disciplinas na Faculdade Sul Brasil, atual FAG; entusiasta do Marketing Político e Marketing Digital; e colunista. Contato: [email protected]